30 de julho de 2011

Cremildo Marques é o Campeão Regional

Nos passados dias 22 e 23 de Julho, na formosa Ilha do Pico, realizou-se a final Regional do Campeonato dos Açores da Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses (CNCP) de Santo Huberto com cães de parar.

As provas foram julgadas pelo Juiz Internacional José Pedro Leitão, que se deslocou do continente português ao arquipélago açoriano.

O Campeão Regional dos Açores de 2011 foi o Cremildo Marques (o Barbas), que caçou com a Setter Inglesa Fafá e ficou assim  apurado para a final nacional da CNCP a realizar brevemente no Continente Português.









Texto e foto da autoria de Gualter Furtado

28 de julho de 2011

O Livro da Caça

Gaston Phoebus foi um grande senhor feudal francês, do séc. XIV, tratado por Gaston II, conde de Foix e visconde de Béarn.
Durante a sua existência terrena viveu intensamente a caça, sendo esta a maior das suas paixões, e nesse âmbito, em 1387, escreveu “O Livro da Caça”.
Dessa obra existem 37 manuscritos, embora a maior parte deles já tenha sido escrita no séc. XV.
O Hermitage Museum, de Leninegrado, a Peck Collection, em Nova York, e a Biblioteca Pública de Genébra possuem alguns dos mais belos exemplares, porém é a Bibliothèque Nationale, em Paris, que possui os dois mais bonitos deles todos e as gravuras que constam do livro que utilizo para escrever este artigo, foram retiradas destes dois últimos manuscritos.
A versão que possuo é inglesa, datada de 1987, proveniente da editora Regente Books Hightext Ltd, traduzida que foi por J. Peter Tallon.
Fala-nos sobre os diversos animais da fauna bravia europeia da altura, como o urso, o veado, o javali, a raposa ou o coelho, entre outros, e das técnicas e procedimentos de cada uma dessas caças, mas não só. Aborda igualmente o amanho dos animais caçados, a formação dos caçadores, a gestão dos canis, o treino do cães e isto só a título de exemplo.
Gaston Phoebus nasceu em 1331 e faleceu em 1391, sendo dele, então, a criação de uma das obras literárias mais importantes da cinegética europeia e mundial.
Sobre os canis, diz-nos que devem ter dimensão suficiente para que sejam capazes de albergar diversos cães e ainda possam apresentar espaço livre e que os mesmos devem possuir duas portas: Uma na frente e outra nas traseiras, devendo esta estar sempre aberta, de modo a dar acesso a uma zona solarenga, delimitada por uma vedação, pois os cães necessitam de exercício, enquanto o interior deve ser mantido limpo e dividido em três áreas: A primeira deve estar provida de palha para que os cães nela se possam deitar e dormir; a segunda para os aprendizes dormirem e a terceira deve possuir um soalho formado por varas cobertas por palha, para que os cães ali possam fazer as suas necessidades. Finalmente diz-nos ainda que o canil deve estar equipado com uma lareira para que possa providenciar aquecimento durante os dias mais frios
Ainda no que aos cães diz respeito, transmite-nos que a estes a água deve ser mudada duas vezes ao dia para que esteja sempre fresca e que, para prevenir uma longa lista de doenças, devem fazer exercício regularmente, quer no tal pátio dos canis, quer ainda no campo e nestas saídas devem os tratadores identificar e recolher ervas com efeitos laxativos para que as possam administrar aos cães de modo a possuírem os organismos bem regulados.
O caçador deve ainda, entre outros deveres, conhecer a habilidade e a capacidade de cada cão e trata-lo pelo seu nome. Deve cuidar do canil e tudo fazer para que o soalho se mantenha afastado do solo. Todas as manhãs deve limpar as instalações dos cães e a cada três dias substituir a palha do canil e escovar os animais.
Aquando dos treinos, que devem começar de manhã cedo, o caçador deve servir-lhes uma sopa composta por pão e leite para que os estômagos dos cães não fiquem demasiado pesados e trata-se isto apenas de um pequeno excerto da informação que sobre este assunto contém o livro.
Quanto ao uso da corneta diz-nos que se a matilha seguir um trilho errado, esta deve ser imediatamente reconduzida com o soar de duas notas longas e se o trilho for o correcto devem os caçadores ser informados através de três notas longas. Duas notas curtas significam que os cães perderam a peugada do animal que perseguiam e uma nota longa, seguida por diversas curtas manifesta o sucesso de uma captura. No final do dia, assim que a caçada termina, esta é anunciada por três notas longas.
São 105 páginas ricamente ilustradas e repletas de informação variada e preciosa, muita dela ainda actual e bastante útil que vale a pena aceder.

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