28 de setembro de 2010

IV Troféu de Santo Huberto – Dr. Gualter Furtado

Realizar-se-á no próximo dia 2 de Outubro uma prova de Santo Huberto com cão de parar sobre perdizes vermelhas na Ilha do Pico, que pretende ser uma homenagem ao homem e ao caçador que é Gualter Furtado e que possui como grande impulsionador o conhecido confrade Cremildo Marques, além de constituir um momento alto na componente social e de gastronomia cinegética e regional, factores imprescindíveis para a defesa e sustentabilidade da caça.

As Provas terão como Juízes o Internacional José Pedro Leitão e o Luis Figueiredo.
Este acontecimento é já um marco no Santo Huberto e constitui uma verdadeira escola para os caçadores com cão de parar.
Normalmente é realizado em terrenos que apresentam a vegetação típica da Ilha do Pico e os participantes presenteados com vistas deslumbrantes sobre as outras Ilhas que compõem o Grupo Central do Arquipélago.

Acresce mencionar que a vinha do Pico é Património Mundial ao qual se junta a imponente Montanha da Ilha - o ponto mais alto de Portugal, paisagens que emprestam àquela maravilhosa Ilha Açoriana características e belezas deslumbrantes e inigualáveis, o que constitui sempre um forte atractivo para quem anseia ali se deslocar e que estamos na presença de um evento singular que se irá desenrolar numa das sete Maravilhas de Portugal, galardão justamente conquistado e por voto popular, que os caçadores no decurso deste acontecimento irão ter também a oportunidade de usufruir e homenagear.

Texto e Fotografia da autoria de Gualter Furtado

27 de setembro de 2010

Placa de Reconhecimento a Paulo Cruz

Nos passados dias de 25 e 26 do corrente mês de Setembro, na Ilha de São Miguel, realizaram-se as duas últimas Provas de Santo Huberto do Calendário de 2010 com cães de parar sobre perdizes vermelhas, previstas para aquela ilha açoriana.

Neste ano realizaram-se 14 provas, tendo-se classificado no conjunto destes dois dias de competição o José Moniz com a Braco Alemã Íris em 1º Lugar, em 2º Lugar o Filipe Carreiro com a Pointer Mira e em 3º Lugar Gualter Furtado com o Epagneul Breton de nome Pico.

De salientar que estas duas provas finais foram julgadas pelo Juiz Paulo Cruz, da Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses, ao qual, na cerimónia de encerramento, foi oferecida uma placa de reconhecimento pelo elevado contributo pessoal que tem dado aos caçadores de Santo Huberto com cão parar nos domínios da segurança, do tiro, espírito desportivo e na condução dos cães de parar.

Texto e fotografia da autoria de Gualter Furtado

12 de setembro de 2010

Os Coelhos de São Jorge

Desconhece-se se alguma das actuais espécies cinegéticas açorianas eram já existentes no arquipélago à data da chegada dos primeiros navegadores, o certo é que antes do povoamento foram lançadas nas diferentes ilhas, perdizes e codornizes, entre outras aves e diversos animais como as ovelhas, cabras, porcos e também alguns coelhos que acabaram por encontrar nestas ilhas condições favoráveis e muito benéficas para o seu estabelecimento e desenvolvimento.
São Jorge é o nome de uma das nove ilhas que compõem o Arquipélago dos Açores e localiza-se no Grupo Central, também constituído pela Terceira, Graciosa, Faial e Pico, distanciando-se desta última por apenas 15 km e caracteriza-se por ser estreita e comprida, possuindo em 2001 uma população de 10500 habitantes.
Uma das actividades económicas mais importantes da ilha reside na exploração agro-pecuária, sobretudo na produção de carne e de leite que depois é transformado no afamado e muito apreciado Queijo de São Jorge, detentor de Denominação de Origem Protegida.
Para salvaguardar este valioso recurso o Governo dos Açores, através do *Calendário Venatório da Ilha de São Jorge, para a época venatória de 2010 e 2011, que se iniciou a 01 de Julho de 2010 e terminará a 30 de Junho de 2011, veio permitir a caça ao coelho todos os dias, sem limite de peças por caçador, acrescida do facto de também estar a criar legislação para licenciar e comercializar a carne de coelho bravo de modo a poder diminuir a densidade populacional desta espécie cinegética no arquipélago, feitos que suscitaram nesta região insular uma ampla e acesa discussão que ainda hoje tem lugar.

Por um lado podemos localizar os agricultores e os lavradores que alegam ter os seus rendimentos diminuídos em virtude dos estragos de que dizem ser vítimas, provocados pelos coelhos nas pastagens e nas plantações.
Por outro temos duas facções de caçadores, uma prudente no acolhimento e outra contra a instituição de tais medidas e ainda temos acima de todos estes intervenientes a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas a criar legislação de modo a tentar gerir toda esta conjuntura e o inerente conflito de interesses que acabou por se instalar.
Os agricultores jorgenses de tão lesados que se declaram, já solicitaram até ao passado mês de Julho de 2010, mais de 40 pedidos de correcção de densidades do coelho bravo, os quais resultaram em mais de 5000 abates.
Alguns caçadores, preocupados com esta realidade e conscientes das fraquezas que caracterizam o novel regime de caça associativo açoriano, por se encontrar a dar os primeiros passos, e por temerem que a contínua perda de rendimentos dos agricultores os leve a decidir pela introdução do vírus hemorrágico, consideram ser preferível a caça nos moldes do actual calendário venatório, enquanto a situação o justificar, ao mesmo tempo que se esforçam pela interdição da caça à noite, pela necessidade da existência de uma forte fiscalização e por transmitirem um comportamento adequado do caçador.
Outros, por outro lado, são frontalmente contra, afirmando que o que se passa em São Jorge não é mais do que uma selvajaria, uma matança sem sentido e criticam tanto o que lá se faz, como os que ali vão caçar.
Temos duas correntes de opinião dentro da caça e para melhor compreende-las é necessário ter conhecimento que nos Açores, apesar de existir legislação que permita a criação de Zonas de Caça de Interesse Associativo, a mesma é muito recente, decorrendo ainda a caça neste território insular naquele que é vulgarmente designado por “terreno livre”.
Acontece que não existem dados palpáveis e consistentes sobre a real situação dos efectivos cinegéticos, nem possuem os caçadores, neste quadro, um leque de alternativas que lhes permitam participar num modelo mais elevado, em associação com outras entidades, na resolução desta e de outras dificuldades.
Se por um lado é possível considerar que, na falta de dados consistentes, a decisão da caça ao coelho sem limite, levada a cabo na Ilha de São Jorge, seja fruto de uma enorme pressão e que possa degenerar em actos de selvajaria e de matança gratuita, nas mesmas circunstâncias também é lícito pensar o contrário e afirmar que a medida possa ser razoável e apropriada, até porque todos os que, entre nós, se dedicam à observação e ao estudo das espécies cinegéticas, neste caso do coelho bravo, imaginam o quanto este animal pode ser destrutivo, se se encontrar numa exploração agrícola em números exagerados.
A certeza que subsiste é que, neste momento da História da Caça nos Açores, os Caçadores Açorianos estão completamente limitados nas suas opções e acções.

Sobre a comercialização do coelho bravo açoriano, se nada for alterado e tudo permanecer como está é fácil conceber, no actual contexto, quão dramáticas e nefastas serão as consequências desta actividade para a existência do coelho bravo enquanto espécie cinegética e animal, se a legislação não tiver em conta, nem for adequada à realidade do arquipélago e devidamente assistida no terreno pelos apropriados e necessários meios humanos e materiais para a monitorizar convenientemente e para proceder não só a uma eficaz fiscalização, mas também a uma célere e ajustada autuação das infracções.

É sabido que os Caçadores possuem um papel insubstituível e de primordial importância na gestão dos recursos cinegéticos, responsabilidade da qual não devem ser arredados, porque se interessam e preocupam, porque são activos e diligentes, porque estão no terreno e recolhem informação variada, válida e actual, porque são imprescindíveis para o saudável equilíbrio ambiental e para a segurança das pessoas no controlo das pragas e dos grandes predadores.
Os Caçadores são parte integrante da sociedade moderna, constituem e representam um sector económico importante, pelo que não podem, nem devem refugiar-se em interesses egoístas, por muito apelativos que os mesmos se apresentem, nem permanecerem indiferentes aos acontecimentos que se desenrolam e que tomam, todos os novos dias, as mais diversas formas, sob pena de serem excluídos do debate, de perderem importância e influência e de ser-lhes denegado o poder de decisão.
Situações existirão em que se imporá a manutenção e a inflexibilidade das posições. Apela-se, por isso, a que saibam identifica-las.

*Os calendários venatórios em vigor nas diferentes ilhas poderão ser consultados no seguinte endereço:
Deles apenas constam oito, porque não é permitida a caça na Ilha do Corvo.

5 de setembro de 2010

Faial da Terra - Do Salto do Prego e do Sanguinho

O meio ambiente, a natureza e o mar constituem uma das mais importantes vantagens comparativas absolutas e relativas do Arquipélago dos Açores.
Nesta oferta ímpar da nossa Região encontram-se os percursos pedestres.
São cada vez em maior número os estrangeiros que nos visitam tendo como objectivo principal, exactamente o de poderem desfrutar da paisagem e das belezas naturais dos Açores, através dos trilhos proporcionados pelos percursos pedestres devidamente assinalados que existem em várias Ilhas desta maravilhosa Região Insular.
Noto com enorme satisfação o facto de alguns residentes também já começarem a percorre-los.
Muitos destes trilhos são testemunho real de uma fase da nossa história, já que eram utilizados originalmente pelos nossos antepassados para se deslocarem entre as diferentes localidades existentes em cada uma das nossas Ilhas, servindo por isso multiplas funções das quais se destacam a distribuição de diversos bens e serviços importantes e essenciais.

Com a construção das novas e modernas vias de comunicação estes trilhos foram abandonados e desprezados, tendo mesmo alguns ficado irremediavelmente esquecidos e perdidos entre plantas invasoras e às vezes também do betão.
Felizmente que nos últimos anos alguns dos antigos percursos pedestres têm vindo a ser recuperados constituindo estas acções de restauração excelentes medidas de política económica com recurso a uma despesa pública modesta, quando comparada com outros investimentos da mesma natureza, mesmo no âmbito municipal.
Evidentemente que não basta reabrir estes trilhos, é preciso cuidar da sua manutenção, garantir a sua segurança e adequada sinalização, tratar da sua limpeza e recolha do lixo que algumas "pessoas" teimam em abandonar, ainda que felizmente num número cada vez mais reduzido, e proceder à sua divulgação.
Estamos pois num campo em que as parcerias entre o Governo dos Açores, as Câmaras Municipais e o sector privado devem ser incentivadas.
Sempre que tenho disponibilidade e companhia gosto de subir o Pico da Vara, a Montanha do Pico (a minha preferida maravilha de Portugal) e fazer alguns percursos pedestres.
Nesta actividade salutar e de estreito contacto com a natureza tenho me cruzado com muitos estrangeiros que por esta via se tornam, sem quaisquer dúvidas, nos melhores embaixadores que os Açores alguma vez tiveram.

Refiro-me em concreto ao percurso pedestre que se inicia junto da Ribeira do Faial da Terra até ao Salto do Prego, onde é possível observar e desfrutar de uma magnífica cascata, e regresso pelo Sanguinho (nome de uma planta endémica dos arquipélagos dos Açores e da Madeira) e pela pequena aldeia constituída por um conjunto de pequenas casas muito bonitas e típicas, que se encontram em fase de reconstrução por uns investidores privados a quem desejo sinceramente os maiores sucessos, embora saiba não ser uma tarefa fácil.
Do Sanguinho temos uma vista deslumbrante do Faial da Terra.
Todo o trilho é ladeado por matas de acácias e incensos e infelizmente também de muitas plantas invasoras, que constituem nos Açores uma autêntica praga (espero que as entidades públicas estejam atentas à turfeira dos Graminhais).
Para terminar, aqui fica pois uma excelente sugestão de percurso pedestre na Ilha de São Miguel, bem assinalado, de dificuldade média e de aproximadamente 5 Km, a realizar sempre em grupo. Sendo que este trilho é bem o exemplo da necessidade da parceria do Governo com a Câmara Municipal, já que alguns troços do percurso necessitam de melhoramentos, embora salvaguardando e sem nunca colocar em causa a sua rusticidade e originalidade.

Texto e fotografias da autoria de Gualter Furtado

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