31 de março de 2009

FCA - Comunicado

A Federação dos Caçadores dos Açores lamenta profundamente que a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas e em particular a Direcção Regional das Florestas estejam a autorizar “aberturas de caça” em diferentes Ilhas dos Açores ao coelho bravo no período de reprodução da espécie pondo em causa a sua sustentabilidade, quando no período que se deve caçar que é de Outubro a Dezembro foram introduzidas restrições em algumas destas Ilhas como foi o caso de Santa Maria.

A Federação dos Caçadores dos Açores não põe em causa que possam e devam existir correcções do eventual excesso de coelhos neste período, compreende e está solidária com os problemas dos Agricultores, o que não aceita é que estas autorizações estejam a ser dadas sem a explicação fundamentada que se exige e sem ouvir a Federação dos Caçadores dos Açores.
Não contem connosco para avalizar uma politica cinegética feita por tautologia e ao reboque das pressões do momento.

A Federação dos Caçadores dos Açores também lamenta que, excedidos todos os prazos, a SRAF não consiga Regulamentar a nova Lei da Caça, convertendo este instrumento de gestão da caça numa total inutilidade. Nenhuma complexidade jurídica justifica tal demora.

Açores, 31 de Março de 2009

Paulo Cruz - Presidente da Direcção

Gualter Furtado - Presidente da Assembleia Geral

As Palavras Leva-as o Vento

Finalizou no passado dia 29 de Março de 2009, o período de caça ao coelho sem limite em Santa Maria.
Essa medida tinha por base combater a praga que representava o coelho, disso alegava e fazia questão de acusar a associação de agricultores desta ilha.

Apraz-me enaltecer a atitude muito digna da esmagadora maioria dos caçadores marienses que, numa demonstração de elevado sentido de cidadania, de profundo respeito pelas espécies cinegéticas e por esta arte, se abstiveram de cometer tais atrocidades e não caçaram!

De acordo com uma reportagem publicada no muito ilustre e nobre mensário desta terra "O Baluarte", na sua edição de Março, refere que, no dia 26 de Fevereiro do corrente ano, realizou-se uma reunião com o objectivo de "pensar o sector da caça, numa perspectiva de ilha", nas palavras do deputado regional, Duarte Moreira.

Nesta reunião estiveram presentes, além do mencionado, o Director Regional dos Recursos Florestais, José Mendes, elementos das associações de caçadores e de agricultores, bem como das entidades governamentais ligadas aos sectores agrícola, da caça e do turismo, refere o mesmo jornal.

Poderá ler-se igualmente que o Eng.º José Mendes, afirma que a regulamentação da lei caça para os Açores está quase a ser publicada e que a mesma prevê a criação de zonas de caça regionais, associativas e turísticas. Que, para além disso, disponibiliza "todo o apoio técnico e jurídico".
Enalteceu o facto de ser "um projecto com bastante interesse para a ilha e que poderá gerar mais valências económicas a nível turístico".

Em geito de conclusão o Eng.º Duarte Moreira acrescenta que "compete aos interessados directos neste assunto, caçadores e agricultores, discutir o assunto e daqui sair uma zona de caça, que tenha mais valias económicas para a ilha de Santa Maria, sem descurar a protecção ambiental e a preservação dos recursos cinegéticos".

É imperativo e de primordial importância que seja regulamentada a lei da caça, quanto antes.
Não faz qualquer sentido manifestar todas estas boas intenções no dia 26 de Fevereiro de 2009 e publicar no dia 12 Março de 2009 as normas que permitiram dar caça ao coelho sem limite de peças em Santa Maria na segunda quinzena desse mês, acção totalmente contrária ao que foi proclamado inicialmente.
Esta situação é muito preocupante, porque as pessoas mais atentas poderão começar a duvidar da veracidade das afirmações e das verdadeiras intenções por detrás das palavras anunciadas, pois não faz sentido num dia dizer uma coisa e noutro fazer outra.

É de realçar a iniciativa extremamente positiva de juntar as diferentes partes para se encontrar um consenso - é este o caminho -, mas também é necessário dar continuidade a esse importante esforço, para que não se fique apenas pelas palavras e boas intenções.

30 de março de 2009

O Pico da Vara

O Pico da Vara é o ponto mais alto da Ilha de São Miguel com cerca de 1100m de altitude estando localizado no Concelho do Nordeste, embora o concelho da Povoação reevindique também como seu este verdadeiro património natural.
O seu acesso tanto pode ser feito a partir do Nordeste (Achada, Algarvia, Fazenda e Santo António) como a partir da Povoação.

O percurso é difícil e em algumas partes é mesmo perigoso sobretudo no Inverno e quando chove, recomendando-se sempre a presença de um Guia e nunca, mas nunca fazer esta subida sózinho. Por exemplo se escolhermos o percurso a partir da Povoação a sua extensão é de 15,2 Km, e o tempo médio de caminhada é de 05h.
Com partida dos Graminhais ( no cimo da Achada do Nordeste ) caminhando com calma levamos 02h30m até atingir o ponto mais alto, mesmo fazendo muitas paragens a fim de contemplar as maravilhas da Natureza.

Próximo do Pico da Vara localiza-se no Planalto dos Graminhais uma Turfeira magnífica onde vivem e se reproduzem as poucas Narcejas residentes em São Miguel (zona interdita ao exercicio da caça e bem), e do outro lado temos a Tronqueira do Nordeste onde habita o Priolo, ave que só existe na Ilha de São Miguel e nos Concelhos da Povoação e do Nordeste.

Toda a zona do Pico da Vara é palco de vegetação e flora endémica de uma riqueza extraordinária.
Com uma presença importante de Estrelinhas e Tentilhões e alguns Coelhos bravos. Quanto às vistas e quando temos bom tempo são simplesmente espetaculares.

Durante o percurso somos por duas vezes supreendidos por dois marcos a assinalar dois acidentes de aviação ocorridos no Século passado sem sobreviventes, um da Air France e outro da F A P.
São locais de meditação e de profundo respeito por todos aqueles que perderam ali a vida .
Marcel Cerdan o grande boxeur nascido na Argélia, campeão do mundo de pesos médios e que pouco tempo antes de embarcar naquele fatidico vôo da Air France tinha perdido o título mundial para o Jake La Mota, foi um dos que perdeu a vida naquele triste dia de 27 de Outubro de 1949.
Cerdan era um ídolo em França e a sua ligação à grande cantora Edith Piaf inspirou historiadores e escritores (Daniel de Sá escreve um brilhante artigo sobre o Pico da Vara e também sobre este tema), sendo a sua morte chorada em todo o Mundo principalmente em França.
Recorde-se que o objectivo deste avião era fazer escala no Aeroporto de Santa Maria onde nunca aterrou.
Desde criança que ouço esta história e os horrores que se seguiram, que propositadamente omito.
É pois com emoção que nos curvamos junto ao marco que assinala este triste acontecimento.

Passados uns instantes estamos de volta a um meio ambiente deslumbrante, que urge respeitar a todo o custo, e que simboliza o que de melhor existe em São Miguel, nunca sendo de mais lembrar que se trata do único local da ilha em que ainda existe vegetação característica dos primeiros tempos do Povoamento. No minimo exige-se Respeito.

Para a História das nossas vidas fica registado que no Sábado de 28 de Março de 2009 um Grupo de Amigos constituído pelo Octaviano Mota, Gualter Furtado, Joaquim Bensaude, Antonio Serpa, José Raposo, Pedro Fernandes e Carlos Pereira (Guia) subiram o Pico da Vara pelos Graminhais colocando mais um anel na corrente da Defesa da Natureza, o que deve constituir uma prioridade das prioridades nas nossas Ilhas.

Finalmente uma palavra de apreço ao Resturante da Achadinha que mesmo fora do horário normal do almoço nos serviu uns magnificos petiscos e uns torresmos que nos souberam muito bem.
E assim se passou mais um dia nesta época do Defeso da Caça e caçando de uma maneira diferente!


Texto e fotos da autoria de Gualter Furtado

9 de março de 2009

Andaluzia 2009

Decorreu de 11 a 21 de Fevereiro de 2009, a semana Internacional de Andaluzia para todas as raças continentais (ex: Bracos alemães, Drahthaares, Epagneul Bretons, Griffon Korthals, Bracos Italianos).
Nestes dias tiveram lugar o Campeonato da Europa do Epagneul Breton, o Campeonato do Mundo do Braco Alemão e a Copa da Europa de Primavera.
José Matos foi seleccionado para representar Portugal nos 3 Campeonatos.

José Matos, da ilha Terceira, destacou-se naquele que é o troféu mais cobiçado por todos os treinadores a nível mundial:
- A Copa da Europa.
É de salientar que este troféu existe desde o ano de 1985 e é a primeira vez que um português o ganha.
Um feito extraordinário!


A Copa da Europa tem uma particularidade que advém da gravação do nome do cão, do condutor e do país numa taça de prata que no final do ano é entregue no país que organiza a seguinte Copa da Europa, que ocorrerá na Grécia, no ano de 2010.

Critérios de selecção nos dias 11 e 12, bem como nos dias 15 e 16 de Fevereiro, nas provas abertas a todos os concorrentes. Foram seleccionados os melhores cães portugueses ficando assim ordenadas as equipas:
Campeonato da Europa do Epageul Breton: “Ágata dos Malheiros” condutor e treinador José Matos, “Bacardi” condutor João Aguilar treinador José Matos, “Fredi e Cuco” condutor Jorge Piçarra.
Campeonato do Mundo do Braco Alemão: “Íris, Iuri e Vasco” condutor e treinador José Matos.
Copa da Europa para todas as raças continentais “Iuri e Bacardi” condutor e treinador José Matos, “Vénus e Uni” condutor Vítor Silva, reserva “Átomo dos Malheiros” condutor e treinador José Matos.

Os países que já ganharam a Copa da Europa: França 8 vezes, Itália 3 vezes, Bélgica 2 vezes, Dinamarca 1 vez, Espanha 2 vezes, Croácia 1 vez, País basco 3 vezes.
Portugal, apenas 1 vez com o Epagneul Breton, macho, de nome “Bacardi”, com a nota mais alta que um cão pode ter 1º EXCELENTE CACT CACIT.


Texto e fotos enviado por Gualter Furtado

5 de março de 2009

Prova de Santo Huberto

Realizou-se em São Miguel no passado fim-de-semana de 28 de Fevereiro e 1 de Março, a primeira Prova de Santo Huberto com cão de parar sobre perdizes vermelhas tendo como Juíz o Paulo Cruz.

Os primeiros Classificados foram os seguintes :

1º lugar - Paulo Moniz com a Braco Alemã F- Maia

2º lugar - Gualter Furtado com o Epagneul Breton M- Pico

3º lugar – José Teixeira com o Epagneul Breton M –Kikas

De referir e dando cumprimento à nova Lei das Armas os concorrentes foram fiscalizados por uma brigada da PSP que verificou as condições de transporte das armas (caixas e bolsas), o cadeado, toda a documentação(livrete, uso e porte de arma, etc), e o respectivo seguro, enquanto dois guardas florestais no uso das competências respectivas fiscalizaram a carta de caçador, a licença de caça, o chip do cão e licença de caça do mesmo.

Registe-se a boa cooperação entre as duas entidades. Acresce que tudo está encaminhado para que este ano o apuramento da representação dos Açores na final Nacional e à semelhança de todo o País seja realizada a partir de uma prova e organização conjunta da FENCAÇA e da CNCP, que são as duas entidades de cúpula dos Caçadores Portugueses.

*texto e 1ª foto da autoria de Gualter Furtado
2ª foto da autoria de José Carlos

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